resenha uma vida severina

O documentário a ser resenhado “Uma História Severina” retrata a situação de uma gestante de um feto anencéfalo e apresenta todo drama e dificuldade que as mulheres em tal estado enfrentam perante sociedade, governo e principalmente o conflito pessoal que as assolam de maneira determinante. Revela de forma clara a influência direta que decisões tomadas pelos três poderes do Estado interferem fartamente no cotidiano da sociedade, inclusive daqueles que possuem escasso conhecimento a respeito da situação em que é ocupante e que lhes é ofertado apenas o direito de acolher tais decisões como supremas e verdades incontestáveis. Tal condição concorda com a ideia de Hans Kelsen quando afirma que “A concepção tradicional das relações entre Direito e Estado é uma falácia e tem função ideológica clara: Utilizar o direito para reforçar a autoridade do Estado.”

Durante os sete meses de gestação de Severina, diversas decisões sobre o aborto de anencéfalos foram tomadas pelo STF, toda repercussão e instabilidade de pareceres prejudicavam ainda mais o sofrimento da gestante que através do documentário representa todas mulheres que tinham o direito reprodutivo de anencéfalos controlado pelo Estado como sendo considerado até então crime o aborto de tais fetos. A aflição e a saúde psicológica da gestante não foi colocada em pauta com a real importância em que lhe é devida, logo foi considerado acaso por ideais ideológicos maior relevância ao curto período de vida em um feto anencèfalo que aos meses de gestação, período em que a gestante se encontra em constante sofrimento acompanhada de marido e familiares por gestar um feto que provavelmente terá um brevíssimo período de vida.

Observa- se que a ideologia se faz presente a todo momento do documentário, quando o conjunto de ideias formam um padrão e essa ideia é transmitida mesmo que não correspondendo a realidade, no caso a ideologia como falsa consciência. Em que ocorre a deformação da real situação da sociedade, os