Resenha ratzel
Friedrich Ratzel foi um geógrafo e etnógrafo alemão, nascido em 1844 e falecido em 1904, o primeiro a propor um ramo da geografia dedicado ao estudo do homem na sua interação com a natureza, em seu livro denominado de “Antropogeografia”. Foi também o fundador e responsável pelo estabelecimento da Geopolítica como disciplina. Ratzel aprofundou-se nos estudos relacionados à unificação alemã, legitimando o expansionismo de Otto von Bismarck, o Primeiro-Ministro da Prússia. Observando o contexto histórico da Alemanha no século XIX tentando se estabelecer como potência e fazer sua unificação, é possível destacar uma alemanha capitalista liderada por Bismarck e rodeada de territórios habitados. É dessa necessidade que originou-se os estudos relacionando geografia e poder e, principalmente, o conceito de Espaço Vital (Lebensraum), ou seja, o espaço necessário para a expansão territorial de um povo(no caso, o povo alemão), já que a Alemanha não tinha mais para onde expandir. A partir disso, Ratzel publica estudos relacionando a sociedade e o solo com o surgimento do Estado. Primeiramente, ele faz uma crítica aos sociólogos, observando que eles estudam o homem como se tivesse surgido no ar e inicia progressivamente uma relação entre solo e sociedade, a necessidade da habitação e alimentação, até chegar a uma comparação entre o solo e a semelhança da simplicidade da família às formas do Estado. Na relação entre solo e sociedade, a sociedade irá se fixar ao solo de acordo com suas necessidades, ou seja, o tempo de permanência naquele território vai ser em função das fontes de alimentação. No caso de populações nômades, os laços são mais fracos, mas eles sempre voltam a ocupar os mesmos locais. Neste caso especificamente, o surgimento de um Estado seria dificílimo, já que, segundo Ratzel, o Estado surge quando a sociedade se fixa ao solo e não há Estado sem solo. Quanto mais as necessidades de habitação e de alimentação ligam a sociedade à terra, maior