Resenha Informar não é comunicar

Em tempos de excitação tecnológica, é difícil encontrar autores que navegam contra a tecnologia. Dominique Wolton, em “Informar não é comunicar” (editora Sulina; tradução de Juremir Machado da silva; 96 páginas) afirma que quanto mais rápido avançam as novas ferramentas, mais lento é o progresso da comunicação. O Francês, Wolton, procura refletir sobre a diferença entre comunicar e informar. O excesso de informações dificulta a comunicação, e o seu entendimento torna-se difícil por conta das suas diferenças.
O autor apresenta, neste ensaio, uma diferença importante entre as duas práticas: a informação é entendida apenas como a mensagem e a comunicação é algo mais complexo, que necessita a convivência entre indivíduos. Acredita-se que a internet acaba prejudicando a comunicação, pois possui muita informação de culturas díspares e falta o mais importante: a compreensão do receptor. Em relação ao jornalismo, o autor salienta que a internet valoriza a escrita, mas, por outro lado, desvaloriza-a também, pois é permitido que tudo seja divulgado sem muita qualidade.
Wolton procura “desiludir” aqueles que acreditam que a internet é a solução para a comunicação. O uso desta ferramenta, de fato, não substitui o contato físico, ou seja, a verdadeira comunicação. A tecnologia apenas dá margem à circulação das informações e à interação entre as pessoas de forma mais rápida. A permissividade que a internet oferece às pessoas é o que mais fascina, porém o autor acredita que não durará muito tempo, pois quando os escândalos se tornarem mais fortes é possível que a rede não fique fora da lei.
Atualmente, para muitos, a comunicação sem tecnologia é impossível. Wolton espera que as pessoas se conscientizem. A tecnologia é importante, mas não capaz de substituir o contato físico entre os indivíduos. A comunicação requer convivência. “A internet é um meio de lidar contra essa nova realidade de um mundo de pessoas livres, mas sós”, afirma o autor, julgado por muitos, um