Resenha Ilha das Flores

Resenha do documentário Ilha das Flores.
De Jorge Furtado.

Produzido em 1989, com roteiro, argumentação e direção de Jorge Furtado e narração de Paulo José, Ilha das Flores é um premiado documentário que usa a ironia e alguns trocadilhos para expressar a opinião do autor quanto as desigualdades que existem entre os seres humanos, e também a relação entre produção, lucro e desigualdades produzidas pelo modelo econômico adotado pelo mundo. No decorrer do filme, vemos a história de um japonês produtor de tomates que troca seus produtos por dinheiro com os supermercados, que por sua vez trocam esses tomates pelo dinheiro de uma vendedora de cosméticos. Essa parte do filme ilustra o modelo econômico capitalista, onde vendemos ou revendemos algo para obter lucro, e assim podermos comprar coisas de outras pessoas. Por fim vemos que: um tomate que não serviu para vendedora de cosméticos fazer um molho para a carne de porco que comprou no mercado, foi parar num lixão chamado “Ilha das Flores”, onde primeiro passou por uma seleção para separar o que poderia ser usado como alimento dos porcos e o que sobrou foi usado para alimentar seres humanos. Percebemos então, que algumas pessoas mesmo possuindo polegar opositor, características que agrupa os seres humanos, acabam ficando abaixo dos porcos na “cadeia alimentar”. No inicio do filme vemos a frase “Deus não existe”, pois, segundo o autor, os seres humanos não tem um “dono” que lhes dê alimento assim como faz o dono dos porcos. Porém o que o autor esqueceu de mencionar em seu documentário, é que esse é um problema causado pelos próprios seres humanos, pois somos nos que escolhemos nosso modelo econômico e esquecemos de ser solidários com nossos irmãos de raça, portanto, é uma discussão social onde os culpados somos nós “homens”.