Resenha do filme
Claramente ele não pertence aquele lugar. Ele é um homem que quer agitar as coisas e as pessoas, o que vai totalmente de encontro com o que a enfermeira responsável, Ratched (Fletcher), prega. Ela quer as coisas do jeito que estão. As coisas e talvez seus pacientes. Por isso, em nenhum momento do filme, qualquer paciente receba alta de lá. Talvez McMurphy conseguisse fazer alguém ter uma alta, assim como a festa que ele realiza com certeza ajuda Billy (pena que a "cura" só dure até a chegada de Ratched).
McMurphy tenta lutar contra todo aquele conformismo, que pode até ser uma crítica ao espírito da nossa sociedade atual. Durante o filme, descobrimos que o Chefe pode falar, que Billy não precisa gaguejar e que os outros não precisam ser tão apáticos. Há um paciente que até mesmo está lá por vontade própria. Não tem jeito dele vencer isso. Sua única chance é fugir ou se quebrar ao sistema. O filme não é sobre loucura, é sobre a derrota de um homem. Mas pelo menos ele tentou, como ele mesmo diz.
O elenco é sensacional, com destaque especial para Nicholson. Este é o ponto mais alto de uma carreira cheia de pontos altos. Tudo que ele faz no filme é perfeito. Fletcher está muito bem seu papel também, só é uma pena que seu papel seja estável demais. Ela é a enfermeira que acha que sabe de tudo e que sempre está certa. Ela faz muito bem, mas nunca sai do mesmo tom. É como ver um atleta que sempre joga bem sem nunca apresentar um brilhantismo: é bom mas não empolga. Talvez se houvesse uma cena em que ela parecesse diferente, como o Chefe tem quando fala do pai dele, e sua