Resenha de "Enfoques teóricos dominantes nas Ciências da Comunicação e os distintos olhares sobre o receptor"

O trabalho “Enfoques teóricos dominantes nas Ciências da Comunicação e os distintos olhares sobre o receptor”, de Juçara Brittes, professora de Comunicação Social – Jornalismo da Universidade Federal do Espírito Santo, apresentado no XXV Congresso Anual em Ciência da Comunicação, realizado em Salvador, no ano de 2002, se inicia com uma ampla introdução ao leitor do significado de “receptor” na análise da comunicação em massa. Este conceito pode variar de acordo com o paradigma e o autor escolhido como base de um estudo, e é em torno dos principais paradigmas do segmento da comunicação que se segue o trabalho de Juçara.

Ao longo das 12 páginas seguintes, são colocados em pauta os olhares de grupos importantes para a comunicação sobre o significado de receptor, sua função e posição no processo de transmissão de uma informação. O primeiro deles é o olhar cibernético, que vê o processo comunicativo sendo linear, estando o emissor e o receptor em extremidades opostas, e cujos elementos da cadeia comunicacional são interdependentes. Na sequência, encontra-se em análise o olhar behaviorista, tendo sempre o enfoque na idéia de estímulo-resposta e mantendo o receptor na condição de destinatário do processo comunicativo.

Juçara faz, em seu trabalho, diversos paralelos com a obra de Paul Attalah, ex-professor da Universidade de Quebec, no Canadá. Sempre citando análises presentes no principal trabalho de Attalah, “Teoria da comunicação”, de 1994, é notado um profundo destaque na visão funcionalista, passando pela teoria da agulha hipodérmica e se dividindo em três pontos de estudo: O funcionalismo clássico, dos anos 30 e 40, impulsionado pelo grande teórico da Mass Communication Research, Paul Lazarsfeld, que trabalha com a idéia de um “receptor puro” e com a tentativa de responder a pergunta “o que os meios fazem com os indivíduos”; o funcionalismo dos usos e gratificações, que tem como teóricos Elihu Katz e David Foulkes e encontra no receptor um ser mais autônomo e