Resenha Coração das Trevas
CONRAD, Joseph. Coração das Trevas.
São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
O Coração das Trevas de Joseph Conrad, um escritor polonês, é umas das obras mais importantes do século XIX. O livro é focado em uma das atividades mais importantes deste século, a exploração colonial na África, que causou efeitos tanto nos nativos africanos como nos europeus. A análise desse processo civilizatório é feita por Conrad destacando-se não apenas as ações dos homens, mas também seu psicológico diante do neocolonialismo. O século XIX foi tomado por uma “onda colonialista” para a África e a Ásia, na qual os europeus tomavam posse desses continentes em busca de matérias-primas de alto valor. Isso gerou uma imigração para as colônias, colocando frente a frente culturas completamente diferentes e gerando um estranhamento, relatado pelos imigrantes com uma visão eurocêntrica, levando a formação de novos “pensamentos científicos”. O Coração das Trevas descreve com profundidade e ajuda a compreender o ambiente africano explorado pelos europeus.
O livro é narrado por Charles Marlow, um capitão de um barco a vapor que conseguiu sua patente através de uma tia, e foi contratado por uma companhia exploradora do comércio de marfim na África, em um rio que, apesar de não ser especificado no livro, aparenta ser o rio Congo. Ele e mais quatro tripulantes, estão a bordo de uma iole de cruzeiro, Nellie, a fim de atravessar o estuário do Tâmisa. Essa viagem a “um lugar escuro, tomado pelas trevas” marcaria para sempre a vida do capitão. Ao chegar em seu destino Marlow se depara com a realidade dos africanos, praticamente despidos, sendo forçados a trabalhar pelos europeus em condições escravas.
A obra segue com a busca do admirado comerciante Kurtz, perdido em uma comunidade no Congo, ou seja, do meio do coração das trevas, para levá-lo de volta para a civilização europeia. Durante todo o enredo, Kurtz é definido pelos outros como um homem