Resenha Cartas Pronta
Roseli Domingas I. A. da Conceição1
BAZERMAN, Charles, Cartas e a base social de gêneros diferenciados. In: DIONÍSIO, Ângela, Paiva. & HOFFNAGEL, Judith, Chambliss. (orgs.), Gêneros textuais, tipificação e interação, 4ª ed. São Paulo: Cortez Editora, 2011.
Bazerman (2011), em seu livro, Gêneros textuais, tipificação e interação no capítulo 4, Cartas e a Base Social de Gênero Diferenciado, relata sobre o papel das cartas na evolução histórica dos gêneros. Para o autor as cartas desempenharam um papel fundamental no surgimento dos gêneros. “Alguns dos primeiros gêneros escritos surgiram, de forma direta, dos bem conhecidos gêneros de performance pública falada, estão o épico, a historia coletiva recitada em ocasiões rituais, o mito, a ode, o coral e o drama, o discurso, e gêneros menores como o conto popular, a adivinha e a piada”. (Bazerman, 2011, pág. 91).
Comparado a outros gêneros, o gênero carta pode parecer simples, porque nele revela-se claramente o que às vezes em outros é apenas implícito: cada escrito nasce de uma ação comunicativa, em que alguém produz um texto, para alcançar propósitos e objetivos em relação ao outro, a carta estabelece uma comunicação direta entre duas pessoas dentro de uma relação específica e em determinadas circunstâncias, poderia promover a flexibilidade na formação e desenvolvimento de muitas práticas institucionais (2011). Como exemplos de gêneros que têm letras como a sua base social, estão a patente e o relatório dos acionistas, entre outros. Outro fato que marca o surgimento dos gêneros e a sua evolução estão as leis e os comando de ordem e códigos geralmente feito através de cartas.
Os comandos orais dos que têm autoridade também foram transformados muito cedo em gêneros escritos reconhecíveis, como ordens, leis, códigos e proclamações, estendendo seu controle sobre amplos domínios e períodos de tempo, atribuindo maior responsabilidade a esses princípios abstratos.