Resenha Bechara
BECHARA, Evanildo. Ensino de gramática. Opressão? Liberdade? 12a ed. São Paulo: Ática, 2006.
A obra em questão faz uma série de observações quanto aos moldes que norteiam e nortearam os meios de se ver e ensinar a língua tanto nas escolas e universidades como na própria sociedade. Segundo o autor, a língua dinamizada na sociedade vigente está configurada em padrões como o modismo e o coloquialismo percebendo a língua a partir de uma postura mais espontânea sem grandes compromissos com a linguagem dita padrão ou culta. Este é um dos fatos que desencadeiam toda uma real situação linguística que acaba consequentemente culminando no ensino escolar e universitário também. Há muitos textos utilizados em sala de aula que trazem esta modalidade coloquial de linguagem, – crônicas, por exemplo - porém quando são trabalhadas não é dado, na maioria das vezes, por parte dos professores, uma orientação em relação a este fato, trazendo consequências significativas para o ensino da língua culta. Há também na escola uma visível preferência pela gramática descritiva e geral em detrimento a normativa. Bechara defende um ensino de língua menos homogêneo e unitário que apresente o leque de situações da língua como uma língua funcional (tanto culta quanto coloquial) e diassistémica, sem âmbitos comparativos, que reúnem realidades diatópicas, diastrásticas e diasfásicas. A partir deste pressuposto haverá uma evidente oportunidade de um ensino menos opressor e mais libertário desde que, é claro não ocorra a imposição de supremacia em relação às línguas apresentadas e sim uma oportunidade de conhecimento das vertentes procurando fazer de seu aluno um poliglota dentro de sua própria língua, possibilitando-lhe escolher a língua funcional adequada a cada momento discursivo. Ainda quanto a estes preceitos de ensino opressor ou libertário, Bechara faz interessantes críticas tanto ao excesso de opressão no ensino de língua como ao exagero de liberdade como postura de ensino. O