Psicologia op
14 Jan 2008
TOVAR TOMASELLI
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Pretendemos realizar esse trabalho em duas etapas, sendo que nessa primeira etapa procurei fazer uma introdução sobre o influxo da psicanálise como tratamento das depressões, sendo que muitas vezes a terapia psicanalítica deve estar associada à uma abordagem medicamentosa complementar, até porque muitas vezes sem isso, torna-se impossível para o paciente adequar-se ao enquadre em todas as suas variáveis, tais como o comparecimento às sessões, a associação livre, etc. Num segundo momento, procurarei fazer uma aproximação da temática em termos de processos identificatórios,etc.
Aqueles que como eu, realizam a prática clínica, sabem que uma boa parte dos casos que nos procuram vem com um diagnóstico de depressão, diagnóstico esse realizado por um psiquiatra, neurologista ou mesmo por seu médico clínico, o qual se aventura e sucumbe à sedução do paciente e de sua família a medicá-lo, objetivando a sua "cura".
Sabemos que esses pacientes, às vezes, apresentam um quadro de distimia, não caracterizando uma depressão propriamente dita. Contudo, o tratamento medicamentoso, até onde me consta, acaba sendo o mesmo utilizado para uma depressão.
Pensamos ser importante realizar algumas observações sobre aquilo que seria a "cura em psicanálise". Na maior parte dos escritos técnicos de Freud (1911-1915), além dos relatos clínicos, notamos que a concepção dominante era a de que, fazendo-se consciente o sentido do sintoma, este não só desapareceria, senão que o paciente ficaria liberado eternamente da possibilidade de uma nova recidiva de produtos patológicos. Ao desaparecer o trabalho da repressão em consequência do preenchimento da lacuna mnêmica (ou traço mnêmico) não restaria fundamento para o retorno dos sintomas. Sabemos que essa era uma visão "otimista" de Freud, a qual ficou registrada na Conferência XXVIII, das "Novas Conferências Introdutórias à psicanálise".