Práticas de leitura no ensino superior

Práticas de Leitura no Ensino Superior: concepções de professores e alunos

INTRODUÇÃO

O acesso à leitura no mundo contemporâneo vem sendo percebido como recurso imprescindível à vida em sociedade. Seu aprendizado é um dos múltiplos desafios da escola e, talvez, aquele que é mais valorizado e exigido atualmente. Também no âmbito universitário, a leitura caracteriza-se como um dos instrumentos que permite ao aluno ter acesso à produção do conhecimento, à medida que possibilita a recuperação e a utilização dinâmica das informações acumuladas ao longo do tempo. Entendendo a leitura segundo uma abordagem em que a prática mecanicista é superada por aquela que atrela o ato de ler à compreensão crítica e autônoma, este trabalho adota como objetivo refletir sobre as práticas de leitura no Ensino Superior a partir das concepções de professores e alunos universitários. Para tanto, optou-se por desenvolver uma pesquisa bibliográfica, fundamentada a partir de estudos desenvolvidos por Freire (2006), Foucambert (1994), Silva (1991; 1998), dentre outros, seguida de uma pesquisa de campo que servirá como suporte para discussão.

1 REDEFININDO O OBJETO LEITURA EM TEMPOS DE GLOBALIZAÇÃO

Sendo uma forma de atribuição sucessiva de significados, o ato de ler encontra vida em praticamente todas as atividades desenvolvidas no cotidiano do Ser Humano. De acordo com Freire (2006, p. 11), a “leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele”. A despeito do que foi dito por Freire, pode-se mesmo afirmar que todo ser humano já pratica a leitura a partir do momento em que começa a ter uma noção do que é o mundo. Todavia, o processo assume ares de maior dificuldade quando esbarra na necessidade de aprendizagem da decodificação dos sinais e símbolos gráficos, já que junto a essa ação se julga necessário e primordial que também se alcance a compreensão.