Processo Civilizador - Norbert Elias
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O Processo Civilizador (volume 1) é um livro grande e recheado de exemplos e análises e mais exemplos e mais análises. Eu não acredito que conseguiria fazer uma resenha muito linear ou, até mesmo, seguir os passos do próprio autor e começar a citar seus milhares de exemplos com páginas de livros sobre boas maneiras que Elias utiliza pra provar sua argumentação, mas tentarei dar um pitaco básico.
O Processo Civilizador - Norbert Elias
O Processo Civilizador – Norbert Elias
O ponto de partida do livro é entender as diferenças dos conceitos de civilização e cultura. Os dois não são universais e não são atemporais. Ambos os conceitos lidam com as realizações da sociedade, com a sua organização política, com sua estrutura econômica, com suas tecnologias e etc, mas há dois movimentos notáveis e contrários: cultura se refere a um plano intelectual, abstrato, enquanto civilização está ligada a um plano mais prático e concreto. Cultura, também, se refere à especificidade (a cultura de um povo ou de uma sociedade é uma cultura única e específica), já civilização se refere a um princípio de universalização, civilização é aquilo que todas as sociedades alcançariam num dado momento, é um movimento da “Humanidade”. Civilização é algo em comum a todas as sociedade – é o potencial dessas sociedades.
Estes conceitos, por mais difícil que seja imaginar, tiveram um momento de nascimento que localizou socialmente seus usos. Basicamente, essa sociogênese dos conceitos começa com a análise de Elias da burguesia alemã.
Civilização e Cultura
A época analisada é a da aristocracia de corte. Neste período, a burguesia alemã detinha força política, não conseguia cargos relevantes na administração do Estado e também não tinha acesso à sociedade de corte.
A sociedade de corte era composta por aqueles que participavam das rotinas da corte, assim como participam de seus