Principais compostos inorgânicos
A usina de lixo é um conjunto de máquinas (esteira rolante, eletroímãs, peneiras, etc.) e funcionários que separam da massa principal de lixo, que será transformada em adubo, os objetos recicláveis. Segundo alguns especialistas, as usinas vendidas no Brasil têm tecnologia obsoleta, transferida dos países desenvolvidos para os países pobres. Num programa de coleta seletiva, a usina é a própria comunidade, separando resíduos nos domicílios e estabelecimentos e alguns funcionários que concluem esta separação, sem necessidade de maquinário especial, numa central de triagem.
Do lixo que chega a uma usina recupera-se, em média, 3% de recicláveis. Na usina da Vila Leopoldina, em São Paulo, a recuperação de recicláveis é da ordem de 1,5 %! (LIMPURB-PMSP, 1999). Papel e papelão, presentes em grande quantidade no lixo urbano, são quase sempre perdidos por estarem sujos de resíduos orgânicos e misturados com papéis sanitários. A produção de rejeitos (tudo aquilo que não se aproveita da triagem, retornando ao lixão ou aterro, como as embalagens compostas de vários materiais ou a vácuo, papel carbono, isopor, tecidos, etc.) é de 42%, em média. Em São José dos Campos, SP, chega a 71%! A eficiência das operações está diretamente ligada à competência e boa vontade dos funcionários nas esteiras, o que torna o processo muito vulnerável, e não conta com o auxílio prévio da população. Num programa de coleta seletiva recupera-se cerca de 90 % de recicláveis - os 10 % restantes são rejeito. O composto orgânico formado na usina contém cacos de vidro, tampinhas e outras miudezas inorgânicas que "escaparam" da triagem, e às vezes está contaminado com metais e líquidos tóxicos (que vazam de pilhas, por exemplo).
Um estudo realizado em 21 usinas de alguns estados brasileiros revelou a presença de metais pesados - como mercúrio, chumbo e cobre - no composto orgânico em diferentes estágios de maturação. Essa baixa qualidade do composto levou a usina de Araras, no interior de São