preconceito linguístico mito 07

813 palavras 4 páginas
BAGNO, Marcos. Preconceito lingüístico o que é, como se faz. São Paulo: Loyola, 1999.
Mito n° 7
"E preciso saber gramática para falar e escrever bem"
"É difícil encontrar alguém que não concorde com a declaração acima. Ela vive na ponta da língua da grande maioria dos professores de português e está formulada em muitos compêndios gramaticais, como a já citada Gramática de Cipro e Infante, cujas primeiríssimas palavras são: “A Gramática é instrumento fundamental para o domínio do padrão culto da língua”" (pg. 62) mito n° 7
"Por que aquela declaração é um mito? Porque, como nos diz Mário Perini em Sofrendo a gramática (p. 50), “não existe um grão de evidência em favor disso; toda a evidência disponível é em contrário”. Afinal, se fosse assim, todos os gramáticos seriam grandes escritores (o que está longe de ser verdade), e os bons escritores seriam especialistas em gramática"(pg. 62) mito n° 7
"as primeiras gramáticas do Ocidente, as gregas, só foram elaboradas no século II a. C, mas que muito antes disso já existira na Grécia uma literatura ampla e diversificada, que exerce influência até hoje em toda a cultura ocidental." (pg. 64) mito n° 7
"a gramática normativa é decorrência da língua, é subordinada a ela, dependente dela. Como a gramática, porém, passou a ser um instrumento de poder e de controle, surgiu essa concepção de que os falantes e escritores da língua é que precisam da gramática, como se ela fosse uma espécie de fonte mística invisível da qual emana a língua “bonita”, “correta” e “pura”. A língua passou a ser subordinada e dependente da gramática." (pg. 64) mito n° 7
"Esse mito está ligado à milenar confusão que se faz entre língua e gramática normativa. Mas é preciso desfazê-la. Não há por que confundir o todo com a parte.[...] enquanto a língua é um rio caudaloso, longo e largo, que nunca se detém em seu curso, a gramática normativa é apenas um igapó, uma grande poça de água parada, um charco, um brejo, um terreno alagadiço, à margem da

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