Políticas Educacionais
Clélia Martins (1993)
Existem vários tipos de “educação”. Ela não acontece somente no sistema escolar.
Nas sociedades tribais, a educação é passada nas práticas do cotidiano, na observação.
Política educacional não acontece em todos os lugares onde a educação está presente. Antes da educação ser escolarizada, ela não era organizada sistematicamente e por isso, a política educacional surge na escola. A política educacional é sequencial, criteriosa e intencional no que diz respeito aos conteúdos, que devem ser transmitidos nas instituições buscando formar o indivíduo que a sociedade precisa em cada momento histórico, econômico e cultural. Toda política educacional é estabelecida e definida por meio de um exercício prático de poder. De acordo com Martins, existem duas versões de política educacional: a tecnocrática e a municipalizante. A tecnocrática foi descente de Platão e a municipalizante descente de Aristóteles. Segundo Platão, o Estado ideal seria governado por sábios e filósofos. Seguindo a seguinte ideia: política e elite não se dissociam. A elite é conhecida como representante da tecnocracia. Tecnocracia significa “poder do saber”. Criada por um pequeno grupo da elite dominante. (O poder vem de cima para baixo). Para Aristóteles o Estado ideal seria governado por um povo bem educado e preparado durante a juventude. Aqui, política e povo não se dissociam. A política educacional é associada a educação igual para todos. TECNOCRÁTICA: - Elaborada pela elite do Estado, de perfil antidemocrático, se reduz a uma questão técnica e muitas vezes se encontra desatualizada, um “passo atrás em relação ao presente”. - Segundo esta ideologia, as camadas populares estão despreparadas para atuar na vida democrática. - Deve-se confiar no Estado, pois lá, ele comporta o saber dos técnicos por isso, sempre tomará decisões coerentes e justas. - A política educacional vincula-se à burocracia do sistema.