PI Relat Rio 2
PROJETO INTEGRADO
RENATA SCHUKS GRAF
RELATÓRIO 2 – 30/03/2014
Um dos problemas recorrentes que vivencio enquanto servidora pública é a fraude no controle do horário de trabalho. O caso é crônico, e atinge principalmente médicos e dentistas dos postos de saúde. Mas não se restringe apenas a eles. É sintomático. Os demais também querem uma fatia do bolo.
E este bolo é pago pelo contribuinte.
Quero focar na ausência de um profissional, que em minha opinião poderia inibir a prática abusiva de se lesar o dinheiro público: um gerente administrativo.
Hoje, esta “gerência” é realizada pelos chefes de enfermagem das unidades de saúde. Salvo raríssimas exceções, nenhum deles tem qualificação e competência para executar este trabalho. Logo, a conivência passa a ser oportuna, gerando uma vergonhosa troca de favores.
No exemplo do médico, a situação é o retrato daquilo que estamos tratando. Numa conta rápida, trabalhando a metade das horas assumidas através de concurso público, empregará ao contribuinte um ônus anual de 51 mil reais. Alargando o raciocínio, vejamos o profissional dentista, que deixando de cumprir ¼ do seu horário, traz um prejuízo aos cofres públicos de aproximadamente R$ 6.000,00 no mesmo período. Adicionemos os R$ 2.800,00 que uma auxiliar administrativo recebe, mesmo deixando de cumprir dez horas semanais de trabalho. O prejuízo da unidade é de 60 mil reais ao ano. Entendendo essa lógica corporativista – “hipoteticamente” – aos outros 16 PSF’s distribuídos pelo município, o montante que pode estar sendo desperdiçado pela Administração será de 972 mil reais.
Estes três exemplos ilustram bem a realidade da saúde local. Absoluta falta de gerenciamento. Um dinheiro que literalmente é jogado no ralo. Estes profissionais ganham sem trabalhar, e ainda se utilizam de recursos como a limitação de agendamentos para atendimento dos pacientes, prejudicando o bem estar do cidadão.
Referências bibliográficas: