Perspectiva da Extensão Rural na Agricultura Familiar de Pernambuco
“O momento atual é profundamente marcado por alguns embates, novamente polarizado entre a grande propriedade, hoje revestida do manto do agronegócio, e outras formas sociais de produção, dentre as quais a agricultura familiar de origem camponesa”. Este contexto evidenciado por Wanderley (2009) não é diferente quando trazemos para a realidade da agricultura familiar em Pernambuco face a estrutura e forma de articulação do agronegócio no Estado corroborada pela modelo atual de extensão rural os organismos estatais. Traremos à tona dessa reflexão a extensão rural para agricultura familiar pernambucana, seus desafios e atuação para o pequeno trabalhador e trabalhadora rural.
Obviamente a extensão rural atual jamais pode perder de vista os novos contextos rurais ou as novas ruralidades apresentadas para ou dentro da agricultura familiar. Essa extensão rural deve dar de conta das novas compreensões da pós-modernidade, como a “moderna questão fundiária, progresso técnico e industrialização na agricultura” (WANDERLEY, 2009). “O processo de modernização passa a ser comandado pela lógica fundiária, cuja reprodução repõe, sistematicamente, a necessidade de violência explícita como forma de dominação social”.
Faz-se necessário situarmos a extensão rural em nível de país para trazer a discussão para o Estado de Pernambuco. No Brasil, o processo de modernização da agricultura só foi possível com a implantação de um sistema de pesquisa, assistência técnica e extensão rural que forneceu as bases para a difusão do novo padrão produtivo. De acordo com Alentejano (2012) os extensionistas rurais foram preponderantes na propagação das modernas técnicas entre os agricultores. O que é inegável é que a modernização produziu a ampliação da concentração da propriedade, da exploração da terra e da distribuição regressiva da renda, ou seja, ampliou a desigualdade no campo brasileiro, ao permitir que os grandes