Percursos de vida
No âmbito da unidade curricular de Políticas da Infância e Juventude, foi-nos proposta a recolha de histórias de vida de diferentes gerações. É pretendido que se compreenda as diferentes noções de ser criança e ser jovem. A Convenção sobre os Direitos da Criança define criança como sendo “todo o ser humano menor de 18 anos, salvo se, nos termos da lei que lhe for aplicável, atingir a maioridade mais cedo” (Unicef, 1989:6).
Houve uma época em que as crianças não eram verdadeiramente crianças, uma época em que a escola não era o mais importante, em que a alimentação não era garantida e onde as brincadeiras escasseavam na dura realidade do trabalho pela subsistência. A realidade do ontem, não é a verdade de hoje e esse facto é muito evidente nos resultados do nosso trabalho.
Metodologia
Numa primeira fase do nosso trabalho, elaborámos uma pequena revisão da literatura, de modo a recolher alguma informação acerca da temática. De seguida foram elaboradas quatro entrevistas semi-estruturadas, a quatro gerações diferentes. Foram entrevistadas a Camila Santos de 11 anos e natural do Espírito Santo (Brasil), a Andreia Ferreira de 21 e natural de Lisboa, a Maria Caneira de 46 anos e natural de Salvaterra de Magos e, por fim, a Carminda Couchinho de 83 anos e natural de Aveiro.
As entrevistas tiveram como objetivo primordial ficarmos a conhecer a história da infância e juventude das entrevistadas, tanto no âmbito familiar como no âmbito escolar, no sentido de descortinar quais as diferenças inerentes tanto na sociedade como em diferentes gerações. O guião da entrevista foi-nos previamente fornecido, sendo esse guião adaptado de uma tese de doutoramento sobre Perturbação de Stress Pós-Traumático em ex-Combatentes da Guerra Colonial Portuguesa: aspectos autobiográficos de vulnerabilidade e análise da elaboração de significado e construção narrativa de vivências de guerra, da autoria de Sandra Senda, Universidade do Minho. O guião da entrevista era