Os grandes pensadores
Descartes, considerado o marco do pensamento antropológico que inaugura a Idade Moderna, enxergava ser possível, ao contrário de Montaigne, a existência de verdades absolutas. Para Montaigne, o conhecimento era impossível de ser apreendido tendo em vista o relativismo. Cada ser humano desenvolvia-se em um cenário cultural e histórico diferente, sendo impossível elaborar uma tábua de valores que fosse aplicável a todos os homens em todas as épocas, motivo que inviabilizava a elaboração de qualquer conhecimento que pretendesse ser universal. Descartes, por sua vez, entendia possível afirmar alguma verdade, sobretudo, afirmar a existência do "eu". Para isso, por meio da dúvida metódica, Descartes procurou demonstrar que o homem é uma “coisa que pensa”. E se o homem pensa, existe, idéia que deu origem ao célebre brocardo de sua autoria "Penso, logo existo". Portanto, para Descartes, o homem se afirma como ser na medida que prova sua existência pelo pensamento. Descartes era dualista, mecanicista (os seres são máquinas como um relógio) advogava a separação entre corpo e alma e acreditava que a idéia de Deus era inata do homem.
Hobbes, pensador materialista, ao contrário do dualismo de Descartes, pregava que o "estado de natureza" do homem é egoísta e violento, numa permanente "guerra de todos contra todos", motivo que impõe a necessidade do absolutismo para evitar o caos.
Locke laborava sua antropologia na direção oposta da de Hobbes. Segundo ele, o homem é bom, o seu "estado de natureza" compreende e