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4342 palavras 18 páginas
Análise de “O Milagre”, de Miguel Torga

«O homem é a sua vida, o escritor a sua obra. Em Torga, a vida e a obra são as duas faces do mesmo rosto: uma dorida e fragosa como a terra transmontana, onde o sincelo foi cavando as rugas do tempo; outra luminosa e transfigurada, como o ouro de lei da sua escrita, onde a palavra ganha asas e toca as estrelas do nosso deslumbramento.»

ARNAULT, António; in Jornal de Letras, de 17 de Janeiro de 1996

Miguel Torga: Vida e Obra

Adolfo Correia da Rocha, que será conhecido por Miguel Torga, nasce em 12 de Agosto de 1907, em S. Martinho da Anta, Concelho de Sabrosa, Trás-os-Montes. Filho de gente do campo, não mais se desliga das origens, da família, do meio rural e da natureza que o circunda.
Entra no Seminário, donde sai pouco depois.
Emigra para o Brasil em 1920 e aí trabalha na fazenda do tio, na dureza da "capinagem" do café. O tio, apercebendo-se suas qualidades, paga-lhe o ingresso e estudos no liceu de Leopoldina, onde os professores reparam nas suas capacidades.
Em 1925, regressa a Portugal. Entra da Faculdade de Medicina de Coimbra, participando moderadamente na boémia coimbrã. Ainda estudante publica os seus primeiros livros. Com ajuda financeira do tio brasileiro, conclui a formatura em 1933.
A família é um dos pontos fulcrais da sua vida. O pai, com quem a comunicação se faz quase sem necessidade de palavras, é um dos fortes esteios da sua ternura, amor e respeito. Cortei o cabelo ao meu pai e fiz-lhe a barba.(...) Foi sempre bonito, o velhote... Uma parcela de arrogância, um certo distanciamento dos homens, timidez comum aos homens vindos dos meios humildes:
Dava consultas gratuitas como médico apesar de não dispor de recursos folgados. A sua esposa, Profª. Andrée Crabbé Rocha, é proibida por motivos políticos, de leccionar e, ao longo dos anos iniciais, os custos editoriais do que publica eram elevados.
A ideia da morte e da solidão acompanham-no

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