Nessa
. Enquanto mulheres de classes sociais mais privilegiadas recorrem ao aborto em clínicas privadas com procedimentos seguros, mulheres pertencentes a classes sociais menos favorecidas são expostas a procedimentos inseguros 3, na maioria das vezes, realizados por profissionais não especializados utilizando-se de técnicas perigosas que podem acarretar risco de vida ou seqüelas irreversíveis.
O aborto induzido é um sério problema de saúde pública que ficou um longo período alijado dos debates dos diversos segmentos da sociedade e, principalmente, das decisões políticas neste país 5. Recentemente, o debate da legalização do aborto ganhou espaço na mídia devido à norma do Ministério da Saúde que autoriza os médicos da rede pública a fazer aborto em mulheres que aleguem ter engravidado por estupro, mesmo sem a apresentação do boletim de ocorrência policial.
O ABORTO COMO CAUSA DE MORTALIDADE MATERNA: UM
PENSAR PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM
O aborto é um tema polêmico e um sério problema de saúde pública mundial, responsável pela manutenção das altas taxas de mortalidade materna em muitos países em desenvolvimento. No Brasil, por se tratar de um ato ilegal, muitas mulheres que não desejam manter uma gestação acabam por procurar clínicas clandestinas, submetendo-se ao aborto em condições precárias, o que acarreta graves consequências à sua saúde física e psicológica e à própria vida. Como enfermeiras, reconhecemos a magnitude das questões que permeiam as discussões sobre o abortamento e a mortalidade materna no cenário das políticas de saúde que envolvem a área da saúde da mulher e, dessa forma, nos propomos, com este artigo, realizar uma reflexão acerca do aborto como causa de mortalidade materna.
A criminalização do aborto coloca as mulheres, na maioria das vezes, nas mãos de pessoas despreparadas, para realização de um aborto inseguro, e em condições