nada

1909 palavras 8 páginas
avistamos a mansão dos Foxworth, encarapitada numa encosta. Chris e eu não conseguimos despregar os olhos daquela imensa casa; pela primeira vez, víamos nossa prisão pelo lado de fora. Olhamos especialmente para as janelas do sótão, tapadas por postigos negros. Então, minha atenção se transferiu para a ala norte, fixando-se no último quarto do segundo andar. Cutuquei Chris com o cotovelo quando as pesadas cortinas se afastaram e lá surgiu a silhueta sombria e distante de uma velha corpulenta, procurando por nós... mas logo desapareceu. É claro que ela podia ver o trem, mas sabíamos que não nos enxergava, da mesma forma que nunca conseguíamos enxergar os passageiros. Não obstante, Chris e eu escorregamos ainda mais nos assentos. - O que estará fazendo lá em cima tão cedo? - sussurrei a Chris. - Normalmente, só leva o nosso café às seis e meia. Ele riu, num tom que me pareceu amargo. - Ora, apenas mais uma de suas tentativas de pegar-nos fazendo algo pecaminoso e proibido. Talvez fosse isso, mas desejei conhecer-lhe os pensamentos, o que ela sentiu ao entrar naquele quarto e constatar que estava vazio, que desaparecera roupa do armário e das gavetas. E não escutar vozes ou passos que acorressem rapidamente - se é que nos chamou. Em Charlottesville, compramos passagens de ônibus para Sarasota e fomos informados de que dispúnhamos de duas horas até a partida do próximo ônibus para o Sul. Duas horas durante as quais John teria tempo bastante para pegar um dos automóveis e alcançar o vagaroso trem! - Não pense no assunto - recomendou Chris. - Você não sabe se ele tem conhecimento de nossa existência. A velha seria uma idiota se lhe contasse, embora ele provavelmente seja bastante bisbilhoteiro para ter descoberto. Julgamos que a melhor maneira de evitar que ele nos encontrasse, caso fosse mandado em nossa perseguição, seria mantermo-nos em movimento. De mãos dadas, com Carrie entre nós dois, percorremos as ruas principais daquela cidade, onde sabíamos que os criados

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