movimento estudantil no Brasil
MARCOS RIBEIRO MESQUITA
Movimento estudantil brasileiro:
Práticas militantes na ótica dos Novos
Movimentos Sociais 1
Este artigo visa identificar na estrutura e organização do movimento estudantil conteúdos e formas organizativas que nos indiquem o surgimento de uma nova sociabilidade militante. Para tanto, foi necessário analisar as relações entre os diversos grupos organizados do movimento estudantil, desde os mais institucionalizados, àqueles que empreendem outras formas de fazer política. A pluralidade de expressões estudantis, de novos formatos, metodologias e pautas parecem apontar para esta sociabilidade, apesar do forte caráter tradicional que a política estudantil institucional ainda possui.
1. Introdução
O movimento estudantil em geral foi bastante ativo e marcou, definitivamente, no século passado, sua presença no cenário político latino-americano.
No Brasil, sua trajetória de certa forma remonta grandes momentos históricos, bem como, os principais fóruns e debates acerca da educação e dos modelos de universidade. Além disso, conseguiu, por algum tempo, ser o ator social de maior força e organização, atraindo outros grupos e movimentos sociais.
Sua ação reivindicatória e seu posicionamento político perante o Estado durante a ditadura militar neste país foram cristalizados no imaginário social como o seu grande momento, sendo eleito 1968, o ano que retrata mais expressivamente sua importância. Principalmente nas décadas de 70 e 80, o movimento estudantil brasileiro foi objeto de pesquisa nas diversas áreas de conhecimento, de que são exemplos importantes os trabalhos de Foracchi
(1972, 1977), Albuquerque (1977a, 1977b), Sanfelice (1986), Martins Filho
(1987, 1996, 1998) e mais posteriormente Cardoso (1990, 1998). 2
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Contendo algumas alterações, este artigo baseia-se numa primeira versão já publicada na Revista de Psicologia Política (2003).
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Os diferentes