Mono
Há algum tempo atrás, as escolas não tinham um caráter de educação universal, atendendo preferencialmente aos filhos das elites. A partir do século XIX, um movimento de educação universal passou a ganhar força, sendo que a atenção não estava voltada para forma como as crianças dominavam a aquisição da leitura e escrita. Contudo, com o maior acesso à escola, tornou-se difícil ignorarmos os problemas de aprendizagem que surgiram. Muitos alunos não dominam a habilidade da leitura e escrita. Outros sabem decodificar símbolos gráficos, mas não compreendem o que leem. Sendo assim, como professora alfabetizadora, enfrentando de perto todas essas questões, ouço diariamente os seguintes questionamentos: qual o melhor método de alfabetização? Existe um mais eficaz?
Portanto, a presente pesquisa teve o objetivo de analisar quais métodos vem sendo utilizados pelos professores alfabetizadores no processo de alfabetização, saber o que pensam sobre eles e por quais razões os escolheram, através de questionamentos e observações, a partir de experiências individuais, sobre a(s) metodologia(s) que empregam no processo de alfabetização. Acredito que isso virá a contribuir muito para nos posicionarmos em relação ao que pensamos em termos de alfabetização.
Em nosso país, a história da alfabetização tem sua face mais visível na história dos métodos de alfabetização, em torno dos quais, especialmente desde o final do século XIX, vêm-se gerando tensas disputas relacionadas com "antigas" e "novas" explicações para um mesmo problema: a dificuldade de nossas crianças em aprender a ler e a escrever, especialmente na escola pública. Visando a enfrentar esse problema e auxiliar "os novos" a adentrarem no mundo público da cultura letrada, essas disputas em torno dos métodos de alfabetização vêm engendrando uma multiplicidade de tematizações, normatizações e concretizações, caracterizando-se como um importante aspecto dentre os muitos outros envolvidos no complexo