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Para boa parte dos brasileiros, as festas juninas são sinônimo de roupas de caipira, comidas de milho, fogueira e, é claro, quadrilha. Em vários Estados, principalmente no Nordeste, essa dança começa a ser praticada nas festas de São João da escola. No entanto, muita gente segue mantendo viva a tradição mesmo já adultos. Enquanto alguns dançam a quadrilha de brincadeira, em arraiais das capitais e do interior, outros levam o costume a sério e participam de festivais e competições. Mas essa manifestação folclórica tão brasileira não nasceu aqui: a dança teve suas origens no Velho Mundo.
É difícil determinar a origem exata da quadrilha. De acordo com Carmem Lélis, historiadora e pesquisadora da Fundação de Cultura da Cidade do Recife, ela remonta às danças agrícolas da Europa antes do cristianismo, que celebravam a chegada do período de colheita. Os primeiros registros que mencionam a dança vêm da Normandia e da Inglaterra. O nome vem do francês quadrille, que por sua vez tem origem no termo italiano squadro, que significa uma companhia de soldados dispostos em quadrado. Nos séculos 18 e 19, a dança se espalhou pela aristocracia de vários países europeus.
Essas danças, que eram comuns nos âmbitos aristocráticos europeus, chegaram ao Brasilatravés da família real portuguesa. Isso aconteceu ao redor da década de 1820 e inicialmente a penetração ocorreu no Rio de Janeiro. De acordo com estudiosos de cultura popular, a quadrilha chegou com o nome "pas de dance", contradança de salão da corte francesa. Durante o período do Império, a dança era restrita à aristocracia, sendo usada para abrir os bailes da Corte. Nessa época, os vestidos usados para a dança eram os típicos da nobreza, estruturados e com anáguas, enquanto os homens vestiam roupas de gala.
No início da República, a quadrilha começou a ser praticada pelas classes populares, principalmente nas áreas rurais. Ao chegar às ruas e clubes, a dança começou a assimilar