Mem Ria E Hist Ria
Maurice Halbwachs, sociólogo, acreditava que história e memória eram pontos distintos e que seria necessário um estudo diferenciado entre elas. Halbwachs afirmava que a história servia para problematizar, questionar; memória seria tudo aquilo vivido, concreto. A história era traçada em uma linha contínua, marcada por uma cronologia, por datas.
Durante tempos a memória se sobrepôs a história devido a essa diferença. Ela estava ligada não ao contínuo, mas ao fragmentado, era transmitida oralmente e assim passada em gerações. Quando a escrita surge, forma-se inicialmente uma nova forma de conservar essas memórias, agora não somente da forma oral, mas escrita, assim a história nada mais seria do que a continuidade das memórias. A imprensa, quando surge, passa a dá credito a história, essa então, começa a ser vista sobre outro ponto de vista e não fará mais o único papel de transcrever, mas de problematizar, investigar e questionar essas memórias.
Maurice de forma radical tenta então essa separação, onde cada uma seria vista em seus extremos. As memórias, para ele, seriam importantes pela transmissão, as memórias sócias. A história já era analisada como uma ciência que questionava.
Pierre Nora, mostra em “tirania da memória” o que essa radicalização ao se separar memória e história, causou em estados nações como a França, por exemplo. Como a história era vista apenas para transmitir por escrito as memórias, a França se viu em uma crise de identidade. Séculos após séculos, imperadores, governantes, tentaram manipular as memórias, com o passar do tempo a história se tornou uma aliada ao escrever suas memórias, podendo ser registradas e passadas adiante. No entanto, essa separação causou certo desconforto, afinal essas memórias, que poderiam ter sido manipuladas,