Medicina grega e hipócrates
A medicina grega, baseada na mitologia, associava cura a diversas divindades. Não apenas Apolo, Ártemis, Atenas e Afrodite, mas também os deuses do submundo eram capazes de curar ou evitar doenças. Homero nos fala de Péon, deus curador dos próprios deuses, e de Asclépio, que passou de soldado para lenda médica.
De acordo com a lenda, Asclépio é filho do deus Apolo com uma jovem terrestre. Apolo determinou que o centauro Quíron fosse tutor e seu professor na arte de curar. Quíron era o mais sábio dos centauros (metade homem e metade cavalo) e um excelente cirurgião (daí o termo quirúrgico ou cirúrgico). Asclépio aparece na Ilíada como um médico famoso, bem sucedido ao tratar feridos na Guerra de Tróia.
Nos templos destinados a Asclépio realizavam-se rituais de cura. A serpente – até hoje emblema médico – era presença obrigatória nesses santuários, pois, ao mesmo tempo, significava uma divindade subterrânea e poder de renovação da vida, traduzido pela troca periódica da pele que nela se processa (o médico tem de estar em constante renovação de seu aprendizado – educação continuada). Daí nasceu a idéia das Asclepíadas, santuários de tratamento e recuperação.
Estava estabelecida na vida dos gregos a noção de saúde, cura e prevenção. Essa devoção do saber começou a se agrupar em escolas, onde alguém mais sábio atraía curiosos e interessados. As escolas foram surgindo em Atenas e nas colônias, como, por exemplo, na península Itálica.
Hipócrates (460 a.C.), considerado pai da medicina, nasceu na ilha de Cós e, como era filho e neto de médicos, aprendeu medicina com os mesmos, na então famosa Escola de Cós. Seu trabalho marca o fim da medicina divina e inicia a medicina clínica, pois ele foi idealizador de um modelo ético e humanista da prática médica. Criou métodos de diagnóstico, baseado na inquirição