Manipulaçao de imagens

Se o assunto é manipulação digital de imagens, o nome do fotógrafo Milton Montenegro, ainda que a contragosto do próprio, não pode ficar de fora. Um dos pioneiros na utilização da técnica, esse carioca de 45 anos utilizou-a para criar imagens que misturam humor, técnica e refinada composição, como se vê no livro Câmera Obscura. Lançado em setembro, com uma projeção das fotos num local surpreendente a cúpula do Planetário da Gávea, no Rio, o livro mostra a trajetória de um dos mais requisitados fotógrafos de publicidade do Brasil. Um dos pontos fortes de Câmera Obscura mostra o resultado de uma viagem de Milton ao universo da mitologia grega. São imagens de personagens como o Minotauro, o Sátiro e Cérbero, em que o artista usou e abusou da manipulação digital. Além dessas imagens, o livro tem capítulos com fotos em preto-e branco e cores, experiências com baixa velocidade, fotos de músicos e outras imagens manipuladas. "É uma espécie de melhores momentos de minha carreira", brinca Milton, que nesta entrevista fala sobre manipulação de imagens, equipamentos e, principalmente, de sua paixão pela fotografia.
Photos - Quando começou seu envolvimento com a fotografia?
Montenegro - Aos sete anos, ganhei minha primeira câmera, uma Kapsa, com filme 120 mm. Descobri, com ela, um mundo de magia, encantamento. Nunca fui criança de subir em muro, de brincadeiras de rua. Era mais voltado para a arte literatura, música, quadrinhos e principalmente cinema. A câmera abriu um mundo novo para mim.
Photos - O que você costumava fotografar?
Montenegro - Pessoas da família, viagens, meu cotidiano, enfim, tudo que aparecia pela frente. Mas ainda não pensava em trabalhar com aquilo, nem de longe. Meu negócio era cinema.
Photos - Você nunca tentou trabalhar com cinema?
Montenegro - Cheguei a começar a faculdade, na Universidade Federal Fluminense, em Niterói, mas o curso foi uma decepção completa para mim. Mesmo assim, já no primeiro ano de faculdade consegui um emprego como