Luiz Dino Vizotto
Vizotto é de uma época em que biologia e geologia eram uma só área, história natural. Ele nunca deixou de lado a noção ampla que aprendeu na graduação no ínicio da década de 1950. Trabalhou ao longo da vida em várias frentes, sem perder o foco – foi da proteção das aves migratórias, que eram malvistas no interior paulista, à descobertade fósseis de dinossauros; da análise do canto de sapos à descoberta de novas espécies de morcegos. De fato, é um naturalista por excelência.
Professor aposentado de Zoologia do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (Ibile), câmpus de Rio Preto, está na instituição desde sua criação, em 1956, para onde foi convidado a trabalhar numa época em que o governo do Estado estava incentivando o surgimento de faculdades no interior de São Paulo. Agraciado com o título de professor emérito da universidade em 2007, é o último da turma original a continuar na ativa. “Em 1985 eu me aposentei, mas não posso deixar de trabalhar, senão eu morro”, afirma com um tom de urgência que contrasta com a voz mansa de quem já fez muito na vida.
A curiosidade de entender como funciona a natureza vem da infância, quando ele criava cobras e escorpiões no casarão que a família, vinda da Itália, tinha em Garça, interior de São Paulo. “E também ratos, para alimentar as cobras, e baratas, para dar aos escorpiões”, conta divertindo-se ao lembrar a indignação do pai. “Ele ficava bravo, perguntava por que eu não criava galinha, pato. Mas eu dizia: ‘Ah pai, isso todo mundo cria, eu quero ter o que ninguém tem’.”
Dali para cursar História Natural na USP foi um pulo. Ele se formou em 1954, prestou concurso para professor secundário e foi dar aula em