Livro
Londres, 1815
Gerard Faulkner, o sexto marquês de Grayson, olhava fixa¬mente para a bela ruiva que conversava animadamente a um canto do salão. Quem o conhecia bem, sabia o significado daquele olhar e as promessas nele contidas.
Lorde Bartley meneou a cabeça com incredulidade.
— Você pretende realmente roubar a amante de seu melhor amigo?
Gerard sorriu.
— Certamente que sim.
— Que covardia! — Bartley resmungou. — Um gesto muito vil até mesmo para você, Gray. Não é suficiente trair Sinclair? Você sabe que Markham é simplesmente louco por Pel.
Gray fitava Isabel Pelham com olhar crítico. Não havia dúvidas de que ela era a mulher ideal para atender às suas conveniências. Bonita e escandalosa, ele não poderia pensar numa esposa melhor para irritar sua mãe.
Pel, como era carinhosamente chamada, não era muito magra, mas curvilínea e perfeita para o prazer de um homem. A viúva do conde de Pelham, possuía um ardor tão especial que cativava irremediavelmente os homens. Pelo menos, era o co-mentário que corria na sociedade. Seu antigo amante, lorde Pearson, entrara em profunda depressão depois que Isabel havia terminado o affair com ele. Não era difícil compreender a dor de um homem que perdia as atenções da jovem lady.
Sob a claridade dos enormes candelabros, lady Pelham reluzia como uma jóia preciosa e cara, que valia cada shilling de seu preço.
Gerard viu-a abrir os lábios num sorriso radiante para Markham; lábios cheios demais para os padrões convencionais de beleza, mas na medida certa para excitar um homem. Todos os olhares masculinos estavam voltados para ela, com esperança de, um dia, serem contemplados com a graça de um sorriso, e talvez, serem escolhidos para ser seu próximo amante.
Para Gerard, a ansiedade deles era lamentável. Isabel era extremamente seletiva, e seus romances costumavam durar anos. Com Markham, ela já estava havia quase dois anos, e não demonstrava sinais de perda de interesse.
Entretanto, o entusiasmo não se