Livro: o sujeito da psicanálise
Sujeito e Discurso
Clínica do Sujeito
Sujeito e Gozo
É sujeito em questão na psicanálise é aquele de origem marcado pela divisão.
Trata-se do sujeito do inconsciente: aquele que não sabe o que diz quando alguma coisa é dita pela palavra que lhe falta, assim como por uma conduta singular que ele crê ser sua.
O sujeito pode ser definido em relação ao fading, ao cansaço, que é fruto da relação entre o sujeito e si próprio, não entre o sujeito e o mundo.
Pode também ser definido como um efeito de sentido do significante, o que quer dizer, sobretudo, que é sem conteúdo. O sintoma da dúvida é uma boa ilustração do que significa um efeito de sentido sem conteúdo. O sintoma da dúvida é, em si, sem conteúdo. O conteúdo da dúvida é derivado, secundário. A dúvida primária é sem conteúdo. Talvez até possamos dizer que a dúvida primária é real e, para fazer um dialelo, dizer que essa concepção do sujeito permite defini-lo como real.
Um discurso modela a realidade, sem esperar nenhum consenso do sujeito, dividindo-o, seja o que for que ele enuncie.
O SUJEITO DA PSICANALISE
Disso resulta possível situá-lo nos mais diversos discursos. O discurso do analista exprime o sujeito como outro, ou seja, lhe remete a chave de sua divisão. O discurso da ciência torna o sujeito mestre, na medida em que o desejo que lhe dá validade ao mesmo tempo o subtrai. É também por isso que aí se manifesta um real próximo do discurso histérico.
Dado que o significante representa um sujeito, não um significado, para um outro significante, não para um outro sujeito, o significante não pode sucumbir ao signo, que representa alguma coisa para alguém.
O psicanalista está advertido de que esta alguma coisa da qual deve se ocupar é a divisão do sujeito, que não deve ser tomada por uma coisa, posto que é falha e de estrutura.
A divisão do sujeito ressoa as vicissitudes do saber do sexual sempre traumático, sempre condenado ao fracasso