Lista de algoritimos
1.1 Ponto de partida: a “revolução copernicana” de Kant
Para se compreender os problemas tratados na “Filosofia das formas simbólicas” de Ernst Cassirer pode-se iniciar pela chamada “revolução copernicana” realizada por Immanuel Kant. Por “revolução copernicana” deve-se entender a transformação realizada por Kant na epistemologia, semelhante à transformação realizada por Nicolau Copérnico na concepção do universo. A teoria proposta por Copérnico no século XVI provoca uma verdadeira revolução no modelo tradicional geocêntrico aceito até então. Na teoria heliocêntrica de Copérnico, a Terra perde seu lugar privilegiado na hierarquia do sistema e o Sol passa a ocupar o seu lugar. Kant autodenominou que realizou um tipo de “revolução copernicana” no campo epistemológico. O problema sobre a origem do conhecimento era respondido até o século XVIII por duas principais teorias: a do racionalismo e a do empirismo. Os racionalistas, de um modo geral, priorizam a razão no processo do conhecimento e aceitam a existência de idéias inatas, independentes da experiência. Já os empiristas, de um modo geral, enfatizam o papel da experiência sensível para aquisição do conhecimento. O conhecimento depende e resulta da soma e associação das sensações exteriores na percepção, ou seja, o sujeito na aquisição do conhecimento tem uma relação passiva com o mundo. Porém, segundo Kant, as investigações sobre o conhecimento não devem partir dos objetos do conhecimento, mas sim da própria razão que produz o conhecimento. Assim como Copérnico colocou o Sol no centro do sistema, Kant coloca a razão no centro das investigações, para que primeiramente fosse examinado como se processa e se fundamenta o conhecimento e o que é