Jornal
A influência que o campo jornalístico e, através dele, e a lógica do mercado exercem sobre o campo de produção cultural, mesmo os mais autônomos não é nenhuma novidade.
Os efeitos que o desenvolvimento da televisão produz no campo jornalístico e, através dele, em todos os outros campos de produção cultural, são incomparavelmente mais importantes em sua intensidade e amplitude que aqueles que surgiram com o surgimento da literatura industrial, com a grande imprensa e folhetim, provocara, suscitando entre os grandes escritores ou de revolta das quais saíram, segundo Raymond Williams, as definições de cultura.
O grau de autonomia de um órgão de difusão se mede, sem dúvida, pela parcela de suas receitas que provém de publicidade e da ajuda do Estado (sob norma de publicidade ou de subvenção e também pelo grau de concentração dos anunciantes. Tratando de um jornalista particular, depende em primeiro lugar do grau de concentração da imprensa; em seguida, da posição de seu jornal no espaço dos jornais, isto é mais ou menos perto do pólo intelectual ou do pólo comercial; depois de sua posição dentro do jornal (efetivo, free-lancer...); e, enfim de sua capacidade de produção autônoma de informação. É claro, com efeito que os diferentes poderes, e em particular as instâncias governamentais, agem não apenas pelas pressões econômicas, mas também por todas as pressões autorizadas pelo monopólio da informação legítima – especialmente de fontes oficiais. Monopólio este que proporciona às autoridades governamentais e à administração, à polícia, por exemplo. Na tentativa de manipular as informações ou os agentes encarregados de transmitir, ao passo que a imprensa tenta manipular os detentores da informação para obtê-la e assegurar