intoxicação endogeno e exogeno na infancia
INTRODUÇÃO
Os acidentes na infância são um sério problema de saúde pública no mundo. Nos países desenvolvidos, constituem a principal causa de mortalidade nas crianças acima de um ano de idade e contribuem significativamente com a morbidade na infância(1-2). Além disso, os acidentes não-fatais representam um importante custo para os sistemas de saúde(3-4). Estima-se que uma em cada quatro crianças seja ferida gravemente o bastante para necessitar de cuidados médicos(3).
No Brasil, em 2005, os óbitos por acidentes na faixa etária menor de um ano ocuparam o sexto lugar no ranking de mortalidade nesse grupo etário. Dentre os fatores externos de mortalidade, os acidentes de transporte constituíram os principais, seguidos das quedas. Nesse ano, excetuando-se as afecções perinatais e as malformações congênitas, os fatores externos foram a principal causa de mortalidade na faixa etária de zero a 14 anos de idade. As intoxicações exógenas representaram 0.06% da mortalidade nessa faixa etária(5).
As intoxicações exógenas se apresentam como um dos principais acidentes envolvendo crianças, e respondem por aproximadamente 7% de todos os acidentes em crianças menores de cinco anos e estão implicadas em cerca de 2% de todas as mortes na infância no mundo(6).
Geralmente, as intoxicações exógenas nessa faixa etária são acidentais e preveníveis, decorrentes de situações facilitadoras, das características peculiares às fases de desenvolvimento da criança e do pouco incentivo às medidas preventivas(7-12).
Segundo dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-farmacológicas da Fundação Oswaldo Cruz, no Brasil, no ano de 2005, foram notificados 84.356 casos de intoxicação humana, sendo a faixa etária de zero a cinco anos de idade a mais acometida, com 17.238 (22,3%) e registro de 30 óbitos. Entre os principais agentes tóxicos que causaram intoxicações em crianças nessa faixa etária, destacam-se os medicamentos (35%), os