Insuficiência Renal Aguda
Marcelo Alcantara Holanda
-Professor Associado de Medicina Intensiva e Pneumologia da Universidade Federal do Ceará (UFC)
-Médico da UTI respiratória do Hospital de Messejana, Dr Carlos Alberto Studart Gomes.
-Criador e desenvolvedor da plataforma xlung para ensino da Ventilação Mecânica
Ao final deste capítulo o leitor deverá estar apto a:
1. Conceituar a insuficiência respiratória aguda (IRespA)
2. Classificar a IRespA em bases fisiopatológicas
3. Interpretar a gasometria arterial quanto à troca gasosa pulmonar e tipos de IRespA
4. Reconhecer as repercussões e sinais clínicos da IRespA
5. Estabelecer as estratégias de tratamento, de oxigenoterapia e indicações de ventilação mecânica invasiva e não invasiva.
1. Introdução
A manutenção de um pH normal e uma oferta de oxigênio adequada à demanda metabólica tissular é essencial ao funcionamento celular. Tal função resulta de interações complexas entre os sistemas respiratório, cardiovascular, o metabolismo celular e o transporte de gases no sangue. Nesse contexto, a insuficiência respiratória aguda (IRespA) pode ser definida como uma incapacidade do sistema respiratório em captar oxigênio (PO2) e/ou remover o gás carbônico (PCO2) do sangue e dos tecidos do organismo. Trata-se de uma síndrome e não de uma doença, sendo diversas as entidades clínicas que podem causar IRespA. Isso se deve a própria complexidade do sistema respiratório e dos seus vários componentes. Como ilustrado na figura 1, a respiração requer o funcionamento harmônico e concatenado de diversos órgãos e aparelhos.
Figura1. Componentes do sistema respiratório.
Os três primeiros elos da corrente da Figura 1 constituem a chamada “bomba” ventilatória do sistema e são responsáveis pelo volume minuto e pela ventilação alveolar. Falhas na sua função resultam em represamento de PCO2 no sangue e hipercapnia. Esta por sua vez pode comprometer a oxigenação de