Identidade e cultura surda
A língua de sinais não era vista com bons olhos, não passava de mímicas, sem valor na comunicação entre as pessoas. Ainda hoje a exclusão profissional e social dos surdos confirma que a linguagem pode ser fonte de discriminação e de organização social restritiva. Essa discriminação não ocorre apenas quando há diferenças de cor, religião, nacionalidade ou situação econômica. A linguagem oral é a grande diferença que distingue surdos dos ouvintes. Por isso defender e proteger o uso da língua de sinais significa para o Surdo, mais que uma auto-suficiência e o direito de pertencer a um mundo particular, é a proteção dos traços de humanidade, daquilo que faz um homem ser considerado homem: a linguagem. A luta pela inclusão é uma forma de garantir o afastamento da anormalidade e a aproximação das minorias normais embora diferentes. A educação oferecida aos Surdos tem enfatizado demasiadamente o ensino da fala como um meio de devolução da humanidade. Concentrados nesta tarefa, os educadores esquecem a verdadeira importância da formação da identidade e cultura surda para o Surdo, perdendo a oportunidade de formar cidadãos críticos, deixando assim, de trabalhar o sentido real do conceito de justiça, que busca a igualdade sem, entretanto, eliminar as diferenças. A aquisição de uma língua, e de todos os mecanismos relacionados a ela, faz com que se credite à língua de sinais a capacidade de ser a única capaz de oferecer uma identidade ao Surdo, seu direito de ser Surdo. A língua e a cultura são duas produções paralelas e, além disso, a língua é um recurso na produção da