Hvyugyug

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Parte-se do pressuposto de que as práticas de apropriação dos meios de comunicação pelas classes populares, como as iniciativas que se disseminam nos bairros populares das periferias metropolitanas, através, por exemplo, das rádios comunitárias e dos domínios virtuais alternativos da rede mundial de computadores, subvertem taticamente a hegemonia cultural veiculada pelos meios de comunicação e criam entre-lugares para o restabelecimento da ludicidade como valor transversal. As rádios comunitárias e os domínios virtuais alternativos da rede mundial de computadores, objetos de apropriação sócio-espacial pelas classes populares, podem subverter o princípio hierárquico da desigualdade porque funcionam como táticas que desmascaram a estratégia iluminista de legitimação do princípio de acessibilidade universal ao uso público da razão. A relação entre cultura e poder se evidencia, portanto, na análise dialética das táticas dos agentes que produzem culturas subdominantes ou alternativas frente às estratégias hegemônicas de produção cultural das classes dominantes e eruditas. Para analisar tais experiências é oportuno considerar a sugestão de Certeau (2003), de proceder a uma análise fenomenológica e praxeológica das trajetórias culturais dos grupos que produzem e reproduzem idéias de cultura alternativas à cultura dominante, apreendendo a composição dos lugares onde estes grupos atuam, bem como a inovação que modifica estes lugares ao atravessá-los, por sua abrangência de atuação. A pesquisa A Apropriação Socio-Espacial dos Meios de Comunicação nos Bairros Populares da Cidade Contemporânea busca trazer para os estudos de geografia urbana e cultural novos aportes teórico-metodológicos, com a operacionalização dos conceitos de entre-lugar e de culturas transversais na investigação de um objeto pouco estudado no Brasil: a apropriação dos meios de comunicação pelas classes populares na cidade

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