História da politica exterior do brasil
História da política exterior do Brasil: Amado Cervo e Clodoaldo Bueno.
Parte I: A conquista e o exercício da soberania (1822-1889)
a política externa à época da Independência
Um novo ator em um mundo dinâmico
●Quatro variáveis, de natureza estrutural e histórica, iriam condicionar a elaboração e a execução da PEB nesse período inicial:
1º) o jogo das forças que compunham o sistema internacional no início do século XIX e os objetivos dos Estados dominantes; 2º) a inserção do continente americano nesse sistema; 3º) a herança colonial brasileira tanto socioeconômica quanto jurídica-política; e 4º) o precoce enquadramento luso-brasileiro no sistema internacional vigente, por meio da “aliança inglesa”.
●Rússia e Grã-Bretanha representavam, em 1815, respectivamente, o sistema arcaico e o moderno das relações internacionais.
●O pacto da Santa Aliança, firmado apenas pela Rússia, Prússia e Áustria, em setembro/1815, foi uma proposta russa a todas as cortes europeias, no sentido de regularem as relações internacionais pelos princípios do sistema arcaico: o legitimismo monárquico, o intervencionismo destinado a esmagar as revoltas populares, a mística do cristianismo e o governo supranacional dos povos.
●Contraposição da Grã-Bretanha, que firmou com as mesmas potências a Quádrupla Aliança (novembro/1815): combateu o princípio da intervenção, fortalecendo o movimento das nacionalidades; não admitiu totais garantias recíprocas, induzindo as potências europeias a se vigiarem mutuamente; dirigiu-se teoricamente à França, mas seu efeito era o de enquadrar a Rússia; e respeito ao princípio dos governos representativos constituídos ou a se constituírem.
●Potências se engajaram na via russa, fizeram intervenções em Nápoles e na Espanha. Em ambos os casos, aliás, as potências interventoras, Áustria e França, agiram por