História da criança na bahia durante o império: apontamentos sobre o papel das instituições de educação infantil
Isabel Cristina de Jesus Brandão
Universidade Estadual da Bahia – UESB
Eixo Temático: Historiografia e questões teórico-metodológicas da História da Educação.
Neste estudo analiso a história da criança na Bahia no período Imperial na tentativa de compreender os fatores que determinaram a sua configuração; como o pensamento desenvolvido em outros países, especialmente na Europa, influenciaram as discussões do atendimento à criança no Brasil e qual o papel das instituições de acolhimento neste processo. É importante destacar que este trabalho é fruto da pesquisa desenvolvida durante o período de doutorado . A pesquisa constitui um estudo documental por meio da qual analisei os relatórios dos Presidentes da Província da Bahia, bem como jornais e revistas do período pesquisado.
Inicialmente é importante destacar que, no Brasil, os sinais do desenvolvimento do sentimento de infância apresentam-se já no século XVI, período no qual [...] os jesuítas desenvolveram a estratégia de sua catequese alicerçada na educação dos pequenos indígenas, e trouxeram crianças órfãs de Portugal para atuarem como mediadoras nessa relação; ou então, na inovação dos colégios, com a Ratio Studiorum, o programa educacional jesuítico, que estabeleceu as classes separadas por idade e a introdução da disciplina. (KUHLMANN JR.,1998, p. 22).
[...] Exceção feita para a modificação introduzida em 1822, esse plano, vigente até hoje nos colégios jesuítas, é a mais perfeita organização que se conhece para quebrar nos alunos o mais tímido assomo de independência pessoal e para conseguir, portanto, nas esferas mais distintas do governo, das finanças e das universidades, colaboradores ativos, zelosos e, freqüentemente, insuspeitos. ‘Da mesma maneira que se enfaixam os membros da criança desde o berço – escrevia o jesuíta Crutti na sua Apologia – é também necessário