Gênero e Sexualidade
Gostaria de começar conceituando gênero,cuja palavra foi inserida em meados do século XX, a qual se designa a discutir as diferenças entre masculino e feminino, sem entrar no mérito, ou levantar a discussão sobre sexualidade. Pois, um dos paradigmas do debate sobre gênero, é que não se nasce mulher ou homem, mas que esses são construídos socialmente, ou seja, vai além das diferenças biológicas ou psicológicas.
Por exemplo, a menina ganha de presente boneca para cuidar como se fosse um bebê de verdade, cozinha completa de brinquedo, o que implicitamente mostra onde deve ser o lugar da mulher: dentro de casa! Já o menino ganha bola de futebol, carrinho, armas de brinquedo, bonecos super-herois, o que sugere que ao menino compete desbravar o mundo.
Para Fagundes, gênero se refere “à construção cultural das identidades feminina e masculina, do ser mulher e do ser homem (grifo da autora)”. Essa afirmação esclarece que ser feminino e ser masculino são resultando de um longo trabalho histórico e cultural, cujos principais agentes participantes desse trabalho são as instituições, família, igreja, escola e Estado, que querem dominar e controlar os corpos e as mentes da sociedade.
O que “ser” percebe então, o que está por trás da questão de gênero, é que há uma relação de poder e dominação. Fagundes apresenta ideias de Foucault e Bourdieu, grandes pensadores contemporâneos, que discutem sobre o poder e a dominação, os quais afirmam que o corpo do ser humano é controlado e dominado de diversas formas, como citado acima, com a utilização de um poder legitimado, que é efetivado através do controle do corpo.