Gestao de manutencao
Editorial O Estado de S.Paulo, 28.3.2007.
Ao analisar o ambiente escolar dos alunos da 8ª série do ensino básico que obtiveram a média de 250 pontos em matemática no último exame do Sistema Nacional de
Avaliação da Educação Básica (Saeb) e cruzar os dados com os resultados da Prova
Brasil, que foi aplicada pela primeira vez há dois anos em quase todas as escolas públicas do País, o professor de economia Naércio Menezes Filho, da USP e do Ibmec, constatou que alguns desses alunos moram em municípios que gastam quase R$ 1 mil por estudante ao ano, enquanto outros residem em municípios que gastam apenas R$
250. Com base nessa constatação, Menezes Filho preparou um estudo com o objetivo de responder a uma questão: o que explica o fato de os alunos terem tido o mesmo desempenho, apesar da expressiva diferença no volume de recursos destinados ao setor educacional entre os municípios por ele analisados com base nos números do Saeb e da Prova Brasil?
A resposta, segundo Menezes, está na qualidade da gestão escolar. Por estabelecer metas, criar programas de qualificação do corpo docente, monitorar o cumprimento do currículo, fiscalizar o comparecimento dos professores às salas de aulas e descontar os dias faltados, enfim, por ter uma gestão eficiente, muitos municípios, mesmo gastando pouco, obtiveram mais retorno em seus investimentos no setor educacional do que municípios que gastam mais, mas têm escolas mal geridas. A conclusão do estudo é que o desempenho escolar não é determinado apenas pelo orçamento, mas, principalmente, pela eficiência na administração da rede escolar.
“É claro que dinheiro é importante, mas diferenças na forma de alocá-lo são fundamentais para explicar melhores resultados do que a simples quantidade de recursos”, diz Menezes. “A partir de outros relatórios tínhamos esse indicativo de que o gasto não influenciava diretamente o desempenho. O que esse cruzamento agora faz é reforçar o conceito de