FREUD E A ALMA HUMANA – Bruno Bettelheim
O autor é um psicólogo e psicanalista conhecido mundialmente vindo demonstrar nesta obra, que as traduções inglesas da obra de Freud distorcem alguns dos conceitos centrais da psicanálise.
Estas traduções inglesas impossibilitam o leitor de reconhecer que a alma humana era a principal preocupação de Freud. O que é alma humana? Como se manifesta em tudo o que fazemos ou sonhamos? São perguntas que tem respostas prejudicadas como ocorre com a psicanálise nos Estados Unidos, que decorreu deste mal-entendido das traduções para língua inglesa, escondendo o lado humanístico de Freud, essencial ao entendimento de sua obra.
Bettelheim recorda sua dificuldade em interagir com os colegas norte-americanos na universidade de Chicago. A psicanálise que conhecera em Viena era uma doutrina humanística, um corpo de idéias vivas sobre o comportamento humano. Nos EUA Bettelheim se deparou com um discurso analítico científico, cheio de certezas acerca do modelo freudiano.
Uma das maiores dificuldades difundidos pela versão inglesa de Freud é a preferência por palavras gregas quando Freud havia escolhido palavras simples, de alemão corriqueiro, para descrever suas idéias.
Os termos Id, Ego e Super-Ego. Em alemão Freud utilizara o termos "Es", "Ich" e "Uber-Ich". Em alemão Es é o pronome neutro, que ganha maior sentido quando se sabe que em alemão uma criança (das Kind) é tratada como Es. Assim, para o leitor alemão, o Es (o nosso ‘Id’) ganha uma conotação especial, sendo a maneira como tratam, e foram tratados, as crianças pequenas – onde teoricamente o "id" seria a fonte de todos o atos.
O "Ego" era chamado por Freud de "Ich" o pronome ‘eu’ em alemão. Assim quando se discutia sobre os mecanismos do Ego, os salões de Viena na realidade se referiam sempre aos mecanismos do Eu. Freud tinha a preocupação de tornar o jargão psicanalítico acessível a uma platéia maior e levava a uma ligação direta, e pessoal, com a história de