Formalismo russo

O Formalismo russo, também conhecido por crítica formalista, foi uma influente escola de crítica literária que existiu na Rússia de 1910 até 1930. Este termo não foi bem aceito pelos teóricos do movimento. Tendo como objetivo o estudo da linguagem poética enquanto tal, os traços que caracterizam o formalismo são: - A aplicação da lingüística ao estudo da literatura; - a preocupação com a estrutura das palavras, não com o que a linguagem poderia dizer; - o interesse no estudo da forma literária. Os formalistas viam a obra literária como uma reunião mais ou menos arbitrária de artifícios (som, imagem, ritmo, sintaxe, métrica, rima, narrativa) e um sistema textual global. Estes artifícios juntos provocavam o efeito de estranhamento/ desfamiliarização, que era o que para os formalistas iria garantir a literariedade de uma obra.
Entre os conceitos e discussões de técnicas sobre terminologia literária destaca-se esta noção de literariedade (o que faz com que um texto seja considerado literário), de modo que os formalistas ignoravam toda forma que não fosse literária, servindo-se delas apenas para mostrar a distinção entre o literário e o não literário. O estranhamento que Chklovsky define como a forma que a arte tem de tornar estranho aquilo que tem uma existência comum; o predomínio da forma sobre o conteúdo do texto literário era o que determinava verdadeiramente a literariedade.
Roman Jakobson cunhou uma das mais importantes considerações da postura formalista, que acabou de tornando quase um manifesto do movimento: “A poesia é linguagem em sua função estética. Deste modo, o objeto do estudo literário não é a literatura, mas a literariedade, isto é, aquilo que torna determinada obra, uma obra literária. Tudo servia para os historiadores da literatura: os costumes, a psicologia, a política, a filosofia. Em lugar de um estudo da literatura criava-se um conglomerado de disciplinas mal acabadas. Parecia-se esquecer que estes elementos pertencem às ciências