Fichamento - a arte de fazer um jornal diário

NOBLAT, Ricardo. A arte de fazer um jornal diário. São Paulo: Contexto, 2012.

Capítulo 1 – ASSIM É, SE LHE PARECE TRAGÉDIA (OU COMÉDIA, SE PREFERIREM) EM UM ÚNICO ATO Cenário: uma banca de jornal no centro de uma cidade. Personagens: um jornalista que tenta comprar jornais e revistas e um cidadão de meia idade que lê as manchetes dos jornais expostos na banca. [...] (p.11) FUTURO DOS JORNAIS É feia a crise. Estou convencido de que os donos de jornal e jornalistas compartilham o firme propósito de acabar com os jornais. [...] Quando nada porque os donos ficariam sem seus negócios e jornalistas, sem seus empregos. (p.13) entre maço de 2001 e março de 2002, os 15 maiores jornais brasileiros, responsáveis por 74% do volume total de exemplares vendidos no pais, diminuíram sua circulação e 12%.Deixaram de vender exatos 346.376 exemplares. É como se uma edição inteira do da Folha de São Paulo tivesse deixado de circular. (p.14) Os jovens, principalmente eles, fogem da leitura dos jornais e preferem informar-se por outros meios. Ou simplesmente não se informam. Uma fatia crescente deles adere à internet. (p.14) A internet também começa a tomar anúncios antes destinados aos jornais. (p..14) A direção do The New York Times descobriu em 2001 que seus leitores mais fiéis só liam 10% do jornal. (p.15) Como vender muitos jornais em um país que é pentacampeão mundial de futebol e semifinalista no quesito pior distribuição de renda do mundo? (p.15) O modelo está em xeque porque o medo de mudar é maior do que o medo de conservar algo que se desmancha no ar. (p.16) É o conteúdo que vende jornal. Somente uma mudança radical de conteúdo, aqui e em qualquer outro lugar, será capaz de prolongar a lenta agonia dos jornais. (p.17) Que viva, pois, o jornalismo! Porque pouco importa a forma que os jornais venham a tomar no futuro, pouco importa se alguns deles acabarão preservados como espécies de relíquias — o