Favela i
Texto: Antropologia: Uma introdução ( Prof. Dr. Euler David Siqueira )
No início do texto do Dr. Euler , este nos reconta uma estória contada pelo antropólogo inglês Nigel Barley, após sua estada na África, fazendo trabalho de campo na terra dos Dowayo, povo africano que vive nos Camarões. O relato desta estória enfatiza os problemas semelhantes pelos quais passou Barley ao sair e retornar de seu trabalho de campo.
O trabalho de campo representando um período no qual se vive a satisfação de conhecimento e a solidão e o tédio da separação da vida cotidiana a que ele está habituado. Segundo Lévi-Strauss, “o campo se apresenta como uma viagem que pode tomar diferentes dimensões, pois esta se inscreve simultaneamente no espaço, no tempo e na hierarquia social”.
É de fundamental importância o trabalho de campo, pois a experiência de campo se apresenta como uma instância, como uma possibilidade de uma fuga, como uma viagem até as margens do conhecido, como um ritual de passagem. Trata-se da conversão da desilusão, do tédio e do conhecimento vivido em uma experiência de crescimento pessoal da qual se volta como antropólogo. É uma viagem iniciática.
Segundo DaMatta ( 1978 ) os tradutores de mundos são os antropólogos, pois a antropologia é aquela onde necessariamente se estabelece um ponto entre dois universos de significação, e tal ponte ou mediação é realizada com um mínimo de aparato institucional ou de instrumentos de mediação. Valendo dizer, de modo artesanal e paciente, dependendo essencialmente de humores, temperamentos, fobias e todos os outros ingredientes das pessoas e do contato humano.
No tópico “Os antropólogos vão para os trópicos” , o Dr. Euler nos relata que na segunda metade do séc.XIX havia uma necessidade de maior controle na coleta dos dados de campo com as quais se construíam as generalizações analíticas, pois até esse momento na história, as informações a respeito dos povos nativos provinha de relatos recolhidos por missionários,