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A guru do marketingA americana Faith Popcorn ficou rica prevendo o que as pessoas vão querer comprar no futuro
Juliana Saboia
A americana Faith Popcorn exerce uma profissão moderníssima: ela detecta tendências de consumo e vende essas informações a indústrias que irão vender a todos nós as coisas que Faith previu. Não é a única a fazer isso – mas é a figura mais respeitada do ramo e a que ganha mais dinheiro. Sua empresa de consultoria, marketing e pesquisas de mercado, a BrainReserve, cravada há 28 anos em um dos quarteirões mais chiques de Manhattan, em Nova York, fatura 25 milhões de dólares por ano e exibe entre seus clientes gigantes como a IBM, a BMW, a Procter & Gamble, o McDonald's e a Cigna. Um projeto de sua consultoria pode facilmente custar 1 milhão de dólares. O mito em torno de seus acertos decorre, pode-se dizer, de seus acertos. Alguns exemplos: ela percebeu dezoito anos atrás que a insegurança das grandes cidades estava fazendo com que as pessoas preferissem se fechar em casa, diante do videocassete. Hoje isso parece óbvio, mas foi Popcorn quem viu primeiro e deu ao fenômeno o nome de cocooning (encasulamento, em inglês). Quando os utilitários esportivos eram apenas uma mania fora-de-estrada, ela avisou que os jipões virariam febre de consumo urbano.
Com informações desse tipo na mão, as indústrias – do fabricante de salgadinhos aos produtores de Hollywood – podem desenvolver projetos baseados na tendência e faturar bilhões. O trabalho de profissionais como Popcorn tornou-se tão importante no mercado globalizado que muitas consultorias vendem relatórios anuais de tendências de consumo. É por isso que, quando a guru do marketing fala, o mundo presta atenção. Os três primeiros livros, O Relatório Popcorn (1991), Click (1996) e Público-Alvo Mulher (2000), venderam mais de 500.000 exemplares, 35.000 deles no Brasil. O mais recente, Dictionary of the Future (Dicionário do Futuro), que deve ser lançado em português no próximo mês, pretende mostrar