estudante
A Atividade Criativa e a Busca do Eu (Self)
É no brincar, e talvez apenas no brincar, que a criança ou o adulto fruem sua liberdade de criação. Essa importante característica do brincar será examinada aqui como desenvolvimento do conceito de fenômenos transacionais e leva em conta também um paradoxo que precisa ser aceito, tolerado e não solucionado — e é o que constitui a parte mais difícil da teoria do objeto transacional.
Um outro pormenor da teoria refere-se à localização do brincar, tema que desenvolvi nos Capítulos III, VII e VIII. A importância desse conceito reside em que, enquanto a realidade psíquica interna possui uma espécie de localização na mente, no ventre, na cabeça ou em qualquer outro lugar dentro dos limites da personalidade do indivíduo, e enquanto a chamada realidade externa está localizada fora desses limites, o brincar e a experiência cultural podem receber uma localização caso utilizemos o conceito do espaço potencial existente entre a mãe e o bebê. É pertinente reconhecer no desenvolvimento dos diversos indivíduos que a terceira área de espaço potencial entre mãe e bebê é extremamente valiosa, segundo a experiência da criança ou adulto que esteja sendo considerado.
Refiro-me a essas idéias novamente no Capítulo V, onde chamo a atenção para o fato de que não se pode fazer uma descrição do desenvolvimento emocional do indivíduo inteiramente em termos do indivíduo, mas considerando que em certas áreas— e essa é uma delas, talvez a principal
— o comportamento do ambiente faz parte do próprio desenvolvimento pessoal do indivíduo e, portanto, tem de ser incluído. Como psicanalista, acredito que essas influenciam num trabalho, sem que modifiquem minha adesão aos importantes aspectos da psicanálise tal como a transmitimos a nossos estudantes e que representam um fator comum no ensinamento da psicanálise tal como a consideramos enquanto oriunda da obra de
Freud.
Não é minha intenção deliberada traçar uma