estudante
Humanidade, Reino, morte e seguimento
Manuel Hurtado, s.j.
Introdução
O objetivo deste livro é bem simples. Trata-se de apresentar uma iniciação à cristologia, refletindo teologicamente ao redor de quatro palavras importantes no campo da cristologia e da teologia cristã. As palavras em questão são: humanidade, Reino, morte e seguimento. Mas antes de começarmos o itinerário balizado por essas quatro palavras-chave, talvez seja útil primeiro termos claro que a cristologia é a linguagem sobre o Cristo. O discurso sobre aquele do qual nós cristãos tiramos nosso nome próprio (At 11, 26). Linguagem e discurso sobre aquele que está no centro da fé cristã. De fato, o anúncio cristão primitivo é sobre alguém: este homem Jesus que foi crucificado e que Deus ressuscitou. Essa é precisamente a mensagem de Pedro no dia de Pentecostes. Em línguas como o francês, por exemplo, havia o costume de colocar um hífen (-) entre Jesus e Cristo (Jésus-Christ) Este costume aos poucos está se perdendo. No caso do espanhol tem acontecido algo único: o nome composto de Jesus Cristo virou um único nome e na escrita fica assim: Jesucristo. No caso do português, o costume é escrever Jesus Cristo.
Mas que importância pode ter um traço de união? Qual a importância de um hífen? Sem brincadeira, pode-se dizer que nesse hífen, simbolicamente falando, está em jogo a cristologia toda! Dito em outras palavras, a cristologia deve dar conta justamente desse traçinho de união entre Jesus e o Cristo. O trabalho da cristologia pode-se resumir nessa tarefa central, pelo simples fato de que a cristologia não é só o discurso ou a linguagem sobre Jesus. Isso seria simplesmente fazer “jesuslogia”. A cristologia é o discurso sobre Jesus enquanto confessado Cristo e Senhor, ou ainda, a cristologia pode ser entendida como o discurso sobre a proclamação de Jesus enquanto é reconhecido como o Messias, o ungido de Deus (que em grego se diz Christos).
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