Esquistossomose

INTRODUÇÃO
A esquistossomose é uma doença causada por trematódeos do gênero Schistosoma e que, para o homem, têm como principais agentes etiológicos as espécies S. mansoni, S. haematobium e S. japonicum. O S. mansoni, encontrado no território brasileiro, é transmitido por moluscos do gênero Biomphalaria encontrados em regiões onde há coleções de água doce, como barragens, áreas de irrigação, rios, lagos, lagoas, brejos, etc. (REY, 2011).

O S. mansoni é comum na África, América do Sul e Antilhas, sendo a esquistossomose mansônica endêmica em cerca de 76 países subdesenvolvidos (ENGELS et al. 2002). Essa espécie determina uma infecção intestinal, pois o parasita se aloja nas vênulas da parede do intestino grosso, sigmoide e reto. Nas formas mais graves, há aumento considerável de alguns órgãos, principalmente fígado e baço (REY, 2011).
Os primeiros registros dessa doença foram feitos nas bacias hidrográficas dos rios Nilo, na África, e Yangtze, na Ásia. Tudo indica que a sua história é bastante antiga, pois existem relatos de ovos de Schistosoma em vísceras de múmias egípcias de idade aproximada a 1.250 anos a.C. Desses pontos de origem, ela se dispersou para outros continentes, seguindo os fluxos migratórios. Essa propagação foi facilitada pela longevidade dos vermes adultos, grande capacidade de postura das fêmeas, existência de portadores humanos eliminando ovos por muitos anos, caráter crônico da doença, e ampla distribuição dos hospedeiros intermediários (PORDEUS, 2006).
No Brasil, a doença é conhecida popularmente como xistossomose, xistosa ou doença dos caramujos, assim como por “barriga d’ água” devido à ascite que acompanha as formas mais graves, com fibrose hepática (REY, 2011). No país, apenas a espécie S. mansoni se estabeleceu em virtude da inexistência de moluscos suscetíveis aos demais helmintos. Discute-se que o agente etiológico foi introduzido no país pelo tráfico de escravos africanos no período colonial encontrando aqui seus hospedeiros