Ergonomia na segurança do trabalho
1 Introdução A evolução da ergonomia mostra que seu foco mudou do posto de trabalho para o sistema organizacional. A preocupação com o posto e ambiente, de modo a adequá-los às capacidades do usuário, está implícita na definição da Ergonomics Research Society (1949) “a ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e seu trabalho, equipamento e ambiente e....”. A idéia era que a ergonomia, atuando na concepção de um novo projeto ou na correção de um sistema já existente, deveria adequar o trabalho às capacidades física e cognitiva dos indivíduos gerando um sistema humano-máquina mais seguro e eficiente para 90 a 95% da população usuária. Na última década, no entanto, a ergonomia foi ampliando seus horizontes e passou a dar mais valor à questão da qualidade do que da adequação. A ergonomia do sistema humano-organização prioriza o sistema organizacional (que engloba o posto) em busca da qualidade de vida conforme pode-se depreender da definição da International Ergonomics Association (IEA, 2003), “a Ergonomia (ou fatores humanos) é a disciplina científica dedicada ao conhecimento das interações entre o ser humano e outros elementos de um sistema, e a profissão que aplica teorias, princípios, dados e métodos para o projeto, de modo a otimizar o bem-estar do ser humano e o desempenho do sistema como um todo. O ergonomista contribui para a projetação e a avaliação de tarefas, trabalhos, produtos, meio ambientes e sistemas para torná-los compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas”. Segundo Hendrick (1993), a evolução da prática da ergonomia pode ser diferenciada em quatro fases, de acordo com a tecnologia enfocada. Analizando-se cada uma delas, nota-se que a adaptação do posto vai perdendo a força para a qualidade do processo, da organização e